domingo, 8 de maio de 2011

Demolir é a solução?

Por: FELIPE ATRA

Fizemos um bate-papo com moradores, trabalhadores, proprietários de estabelecimentos, ou apenas cidadãos que passam diariamente pelas regiões que o Elevado Costa e Silva corta. Queremos saber a opinião daqueles que seriam afetados diretamente com a demolição do Minhocão. E queremos, também, saber a sua opinião. Entre neste debate e deixe aqui o seu depoimento.



    Conversamos com o motoboy, Ciro Almeida, 34 anos. Que destacou alguns pontos a serem destacados. Ciro acredita que a demolição do Elevado atrapalharia o trânsito de forma irremediável. “A cidade já esta um caos e o volume de carros é enorme, sem o Minhocão, demoraria uma eternidade para cruzar a cidade, imagina toda aquela região em obras, o tempo que demoraria, e o efeito cascata que causaria em toda São Paulo”, diz ele. Realmente, uma obra deste porte, calcula-se que levaria, em média, dois anos até a prefeitura entregar a nova solução. Sendo, que apesar da vontade do prefeito, Gilberto Kassab, de acabar com o Minhocão, ainda não existe uma solução concreta para substituir o Elevado. “O que eles colocariam no lugar, um Aero-trem, ou outra via expressa, a qual seria só questão de tempo para degradarem a nova obra e para começarem a apontar novos problemas e o trânsito continuar igual”, completou o motoboy.

   “Estamos cansados de andar por esse região, temos que ficar atentos o tempo todo, é gente pedindo esmola, temos que planejar os horários para não passarmos por lugares muito escuro e abandonados, ou pior dominados por moradores de rua”, assim começou o desabafo, de Cleide Vasconselos, 68 anos, que mora no começo da Av. Angélica. Ela não espera por mudanças milagrosas, não acha que esta obra vai acontecer, mas espera que solucionem os problemas mais urgentes. “Os pontos de ônibus são mal sinalizados, assim como as placas indicando as regiões. Mas isso não é o pior. O problema é o vandalismo, as praças e parques mal cuidados, sem iluminação nem policiamento. O problema, é caminhar e ter que ser incomoda por pessoas pedindo dinheiro a cada esquina,ou de deparar com garotas de programa, ou travestis, além dos bares cheios de bêbados e drogados a qualquer hora do dia”, Cleide foi um pouco ríspida em sua declaração, mas é o ponto em comum entre as opiniões aqui relatadas.

    Todos enxergam que a área precisa ser olhada com mais carinho, precisa de uma revitalização, mais segurança e projetos imediatos. “2026, é piada? O prefeito propõe uma obra que só poderá ser realizada em 2026? Quantas vezes ele pretende ser reeleito para concluir a obra? Precisamos de mudanças reais e para ontem, não para daqui a 15 anos.” Foi a irônica reação, do estudante Gustavo Medice, 22 anos, quando comentei sobre os prazos da obra.

“Temos sim que pensar em obras futuras, daqui a pouco chega 2026, e ainda temos esse problema nas mãos e ninguém fez nada”, Giba Assunção, dono de banca de jornal, 44 anos.

“Esta discussão não leva a nada, por que ninguém nunca faz nada, eles só levantam o assunto quando não tem mais do que falar. Isto foi ano passado, e quase ninguém fala mais nada disso esse ano. Como tudo no Brasil, cai no esquecimento.” Danillo Vieira, estudante, 27 anos.

“Temos que acreditar, que dá pra melhorar, e assim ir melhorando dia a dia. Em um trabalho conjunto de consciência, até chegar a uma solução definitiva e viável.” Mônica Soares, dona de casa, 51 anos.

Estas são algumas opiniões que ouvimos por debaixo do Elevado Costa e Silva. Tem solução? Você enxerga alguma saída? Qual é a sua visão sobre todo este polêmico assunto? Divida com a gente.


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