sábado, 30 de abril de 2011

Um olhar arquitetônico

por Flávio Junqueira

São Paulo, gigante e acolhedora, é a casa de diversos tipos de pessoas. Gente diferente, com gostos e opiniões também diferentes. Os muitos estilos se aplicam em roupas, músicas, religião e, por que não, arquitetura.
Pensando nisso, logo pensamos na obra mais controversa da Terra da Garoa: o Minhocão.
Com seu toque sombrio, seus grafittis, pixações, moradores e visitantes, o Elevado chama atenção. Além de tudo isso, os imóveis ao seu redor parecem acompanhar o ritmo irreverente.

A arquitetura de época e as pixações são características marcantes e presentes ao redor do Minhocão
O arquiteto João Mendes, 47 anos, mora há 15 em um prédio próximo ao Elevado, no Largo Santa Cecília. Ao contrário de muitos vizinhos, o Minhocão não é aspecto que o motivaria a mudar da região. "Pelo contrário. Acho muito interessante toda essa cara de 'subúrbio' que vemos por aqui. Pouca gente sabe, mas a bagagem cultural desses prédios tem muito valor. São obras arquitetônicas muito ricas", diz ele.
"Morar e aproveitar São Paulo requer conhecimento. Ao saber do passado, aproveitamos melhor o presente. Saber que aqui fica o antigo prédio da TV Globo, que nos anos 70 Silvio Santos usava o espaço do Elevado para gravar gincanas, que apartamentos ao redor abrigaram artistas e personalidades importantes para a nossa cultura só me faz ter mais orgulho de estar por aqui", finaliza Mendes.
Dada a dica, soma-se mais um prisma para olhar e, quem sabe, apreciar esse gigante que ocupa grande parte do Centro de São Paulo.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O Elevado: Apresentação

"O Elevado" tem como foco a memória do Elevado Costa e Silva, conhecido como “Minhocão”, localizado na região central de São Paulo. A intenção deste blog é contar a história da obra por meio da memória de quem presenciou e/ou convive com a construção.

Construído com a finalidade de desafogar o trânsito da região, o Minhocão modificou completamente a paisagem do local. Não só isso. A vida e rotina dos moradores do entorno da obra também sofreu impacto com o advento da obra, construída em 1970 pelo então prefeito, Paulo Maluf.

A região do elevado sofreu grande impacto com sua construção. Não só referente à arquitetura e paisagem, mas também nos âmbitos sociais e culturais de quem vive nas proximidades ou utiliza a obra como via de locomoção.


A obra também carrega parte da história do país consigo, já que leva o nome do segundo presidente do regime militar, instaurado pelo Golpe Militar de 1964, o Marechal Arthur da Costa e Silva. Isso posto, cabe também na proposta do trabalho tentar resgatar na memória dos entrevistados a representatividade destes fatos ao longo da história da obra.

Hoje o elevado divide as opiniões dos paulistanos. Parte deles quer a sua remoção, para que a região seja valorizada, somando assim, de acordo com os moradores, mais qualidade de vida aos habitantes do local. Por outro lado, pessoas vêem no Minhocão uma alternativa para lazer, como a prática de corrida e caminhada, além de, nele, serem possíveis algumas intervenções artísticas. Parte dos motoristas que utilizam o elevado também preferem a sua preservação.

Por meio de posts com texto, áudio e vídeo, pretende-se resgatar a história e cultura do local, utilizando o depoimento de moradores de região, comerciantes,  e transeuntes, de forma a narrar toda a história da obra utilizando pequenos "tijolos de memória".

Bem vindos!